No mito da caverna, este mundo sensível
onde vivemos não é o mundo real. O mundo real é o mundo das ideias. O mundo
sensível é uma cópia imperfeita do mundo das ideias, onde cada coisa tem sua
ideia correspondente. Os prisioneiros que vivem no interior da caverna passam o
tempo olhando sombras projetadas na parede. O verdadeiro mundo real, na
alegoria, está do lado de fora: mundo do intelecto.
O que entendemos hoje como avanço nas
relações sociais, afirmado por pessoas de todas as classes que utilizam as redes,
lembra a analogia criada por Platão em A
República. Porém, fazendo um movimento contrário, o uso abusivo das redes
sociais é como um repuxo histórico, e pode estar nos levando de volta ao fundo
da caverna.
As facilidades advindas da virtualização
de algumas ações que não são prazerosas (pagar contas, declarar impostos,
negociar) podem ser vistas como instrumentos que trazem qualidade de vida aos
cidadãos. Mas, em tempos de uma sociedade que abusa de tudo para diminuir sua
ansiedade e elaborar suas angústias (comida, drogas, exercícios, trabalho), é possível
notar que há um exagero no uso das redes sociais com este mesmo caráter,
como um alívio imediato e superficial para tensões muito profundas, que jamais
se resolverão no espaço virtual. Neste sentido, as redes sociais podem ser
consideradas um sucedâneo cultural, e enganando a todos faz com que acreditem que
façam parte de algo especial... Ao ludibriar o internauta, que acredita estar
sendo conduzido ao mundo das idéias, a rede imobiliza o seu grande potencial
transformador e neutraliza seu poder resistência.
No mito de Platão, o mundo físico é uma
cópia imperfeita do mundo das idéias. Para além das analogias, o mundo virtual,
mito da contemporaneidade, é a cópia imperfeita da cópia imperfeita.
As redes sociais, internet; etc sendl usado em exageiro acaba tornando-nos prisioneiros de nós nesmos, presos em nossas cavernas interiores, tentando de lá vermos o mundo exterior mas totalmemte virtualizade em amizade virtuais, amores virtuais, brigas virtuais. Não devemos transformar as redes vistuais em uma faca de dois gumes; é perigoso e pode ser ireversivel.
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