quinta-feira, 13 de maio de 2010

EMERGÊNCIA

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
(Mário Quintana)





Acredito no poder terapêutico da literatura. Toda e qualquer forma, desde Tolstói, passando por Veríssimos, chegando até a Fernandinha Young. Poesia então, nem se fala. A literatura fornece a nós importantes ferramentas para uma “análise”, em um sentido bem global mesmo. Através do contato com o mundo dos livros, que é uma espécie de verdadeiro retrato do mundo real, chegamos fundo na alma de todos. Estão todos lá: os amigos, o bandido da TV, o cara do armazém, o cobrador de ônibus, o advogado, a donzela, o feio, a menina que vende flores, os amores... Estamos todos lá, tudo de nós. Nossos medos, anseios, egoísmos, desejos, vontades, maldades, verdades, mentiras, amores... Somos capazes de reconhecer em cada personagem um eu diferente, porque cada um deles carrega a essência do ser humano, que está lé, descrita com uma nudez dilacerante pelas mãos do escritor. É por isso que é terapêutico, porque através da leitura travamos um profundo diálogo com o nosso eu, nos questionamos através das atitudes destas pessoas ficcionais e avaliamos, a cada passo dos personagens, nossa própria postura diante das coisas do mundo.
Adoraria sair do consultório com uma receita de livros...

Nenhum comentário:

Postar um comentário